Família de Michael Jackson exigiu em carta a demissão imediata dos executores dos bens do Rei do Pop. Na carta assinada pelos irmãos do cantor, Tito, Randy, Jermaine, Rebbie e Janet, sustenta que os testamenteiros John Branca e John McClain falsificaram a última vontade de Michael antes de sua morte. "No momento em que não poderíamos imaginar o que é tão obvio para nós agora: que o testamento, sem dúvidas, é falso, falho e fraudulento", diz a epístola.
Branca e McClain receberam a carta nessa terça-feira, a família Jackson acusa os executores de falsificação de um documento legal, a fim de ganhar o controle dos bens de Michael Jackson contra sua vontade e usar o tribunal para selar todos os documentos que possam provar o contrário. "Desde a morte de Michael, nosso amado irmão, você não conseguiu desempenhar suas funções como executor de sua propriedade, mas não falhou em se aproveitar de um pai e mãe de luto", diz a carta dos irmãos Jackson. "Nosso irmão nos disse, em termos inequívocos e sem hesitação nos meses que antecederam sua morte, que lhe desprezava e que não queria que nenhum de vocês tivesse a ver com sua vida ou herança". O texto da família também passa a apontar inúmeras inconsistências, bem como supostas páginas do testamento que faltam.
A família também alega que na época, Branca teria dito que não interromperia suas férias para falar do testamento. "Você disse que não poderia voltar nos próximos quatro dias, mostrando depois para nossa família um testamento incompleto. O testamento que você apresentou não tem a assinatura de nosso irmão, nenhuma página com a assinatura adjunta. Quando perguntado sobre a página assinada que faltava, John Branca respondeu: 'estava a caminho, e que tinha um pequeno problema para encontrá-la'". A carta também questiona entre outras inconsistências, um conflito sobre a localização de Michael no dia em que supostamente assinou o testamento em 7 de julho de 2002. "Temos provas de que, sem dúvida, Michael não estava em Los Angeles, na data que mostra sua assinatura".
Os Jacksons também ameaçam levar o caso à polícia para uma investigação por "má conduta criminosa potencial", bem como contratar a firma de advocacia Baker Hosteller para uma ação legal contra a dupla. "Nós vamos tomar todas as medidas necessárias para buscar justiça e fazer com que a verdade apareça", diz trecho da carta. "Você desonrou tudo que nosso irmão Michael representava. Sua ganância e decisões empresariais precipitadas mostraram que não têm nenhuma consideração para a preservação do legado dele, nem a qualidade do trabalho que ele exemplificou", acusam. A família culpa os executores de privar os filhos de Michael e sua mãe da herança legítima, aumentando a porcentagem da renda bruta dos executores do Espólio, assim como de projetos de má administração.
"Tragicamente suas ações enganosas acabam com as esperanças e sonhos de nosso irmão para a vida de seus filhos, família e legado", diz a carta. Além disso, a família acusa os executores Branca e McClain de manipular o sistema judicial durante o processo da mãe de Michael contra a AEG Live. Os Jacksons dizem que a empresa utiliza "ameaças hediondas e cruéis" contra Katherine, e revelam que ela teve um pequeno infarto. "A AEG tem falado muito sobre como querem destruí-la e sua família publicamente, e culpá-la pela morte de Michael", conta os irmãos.
"No entanto, você não hesitou em redigir uma carta para o juiz Palazuelos que preside o caso do processo contra a AEG por homicídio culposo, no qual, você solicitou que o juiz mantivesse todos os documentos entregues pela companhia sob sigilo judicial, protegendo claramente a AEG, e não protegendo nossa mãe nem nossa sobrinha Paris e nossos sobrinhos Prince e Blanket. Para quem está trabalhando? O que você quer que não venha à tona? Sabemos que certamente há uma conspiração em torno da morte de nosso irmão e, agora, manipula e usa o medo para escondê-la", diz a carta.
A família vai permanecer unida para que os executores caiam: "Isso tem que parar agora; JÁ CHEGA! Você não terá sucesso. John Branca, depois da morte de nosso irmão você disse para a nossa mãe, 'EU AGORA SOU MICHAEL JACKSON'. Como se atreve? Não se engane, Sr. Branca, antes de entrarmos no palco éramos uma família e ainda hoje somos uma". Os irmãos Jackie, Marlon e LaToya Jackson não assinaram a carta.
Em resposta à carta da família Jackson, os testamenteiros, John Branca e John McClain, disseram que qualquer dúvida sobre a validez do testamento de Michael Jackson e de sua seleção de executores foi completamente explanada há dois anos pelo Tribunal Superior de Los Angeles, Tribunal de Apelações da Califórnia e finalmente pela Suprema Corte da Califórnia. Sob a supervisão de Mitchell Beckloff, do Superior Tribunal do Condado de Los Angeles, os co-executores John Branca e John McClain têm levado com diligência suas obrigações fiduciárias, assim como suas obrigações para com Michael assegurando que a herança beneficie os únicos membros de sua família nomeados em seu testamento, nesse caso, sua mãe e filhos.